O crédito, seu sistema e o seu “fio”

O crédito, seu sistema e o seu “fio”

Um sistema é – basicamente – um conjunto de ideias logicamente relacionadas de maneira solidária. Ou seja, são conceitos, objetos, processos, que quando mudam, de alguma forma mudam outro, ou vários outros, pertencentes ao mesmo sistema. Imagine um sistema como uma daquelas máquinas cheias de engrenagens girando e, movimentando todas as outras encaixadas nela.

No sistema de crédito é parecido: poupança, investimentos, taxa de juros e inflação, são “engrenagens”. Quando uma delas se move, as outras reagem de alguma forma. Pode levar algum tempo, mas elas sempre reagem.

Por isso, o Banco central, os bancos privados e as (cada vez mais famosas) cooperativas de crédito, andam com muito cuidado no sistema de crédito atual. Vivemos em instabilidade política, produção em baixos volumes e inflação elevada. Existe tanta incerteza, que nenhuma instituição responsável tratará o crédito com a mesma despreocupação de antes.

O crédito – e a saúde do seu sistema, com todas as suas “engrenagens” – é fundamental para o bom funcionamento social. Principalmente em uma economia tão carente por pequenas e médias empresas prósperas, que precisam de capital amigável para alavancar seus negócios, e por tantas reformas em infraestrutura. Financiamentos de toda ordem são necessários neste momento.

Uma opção é que o Banco Central, os bancos privados, cooperativas de crédito e financeiras podem dedicar-se a um sistema de crédito sustentável. Isso é extremamente difícil com pressões políticas, regulamentares, pressões por lucro e populares. Sempre se espera um remédio “para já”. O que normalmente gera graves consequências.

Um sistema de crédito sustentável é voltado para adoção de riscos adequados a cada momento econômico. A compreensão profunda do contexto de cada Pessoa e Empresa que busque tomar crédito, para saber se ela vai ter sucesso com o dinheiro emprestado. É preciso que esse financiamento gere resultados positivos e ainda suficientes para pagar os juros da própria dívida de quem o tomou.

É ainda importante considerar um elemento do sistema de crédito, normalmente subestimado: consciência. Ou seja, o motivo que leva alguém a buscar crédito. As pessoas tendem a buscar crédito para comprar bens que só geram mais despesa. O mais comum no Brasil é para comprar um carro 0km. É o começo do fim. As empresas, da mesma forma que as pessoas, também precisam ter um planejamento profundo. Precisam ser capazes de executá-lo e alcançar um mercado com demanda suficiente, se não, também sofrerão arduamente com o tão sonhado crédito.

O crédito é igual a uma boa faca de cozinha. Quanto mais afiada ela estiver, mais capaz ela será, porém, mais risco oferece e mesmo estando a serviço do cozinheiro, se este não souber usá-la, vai acabar se cortando. Enquanto as pessoas (físicas ou jurídicas) não perceberem isso, continuamos fazendo curativos imperfeitos nos “cozinheiros” mundo afora.

Uma coisa para não esquecer: crédito é voto de confiança. Vem da palavra credere do Latim. Se o devedor não se mostra confiável, o sistema todo sofre e como vemos e já sentimos, uma hora, quebra.

O crédito que você concede hoje trará lucro amanhã?

A qualidade de suas análises é o que garante a liquidez do seu negócio. Mais crédito, menos riscos.